Quando chegou a Portugal, em 2014, Flávia Motta vinha com intenção de ficar pouco tempo. Veio acompanhada pelo marido para “tirar um ano sabático e fazer uma especialização, um curso de pós-graduação”. Mas a ideia inicial rapidamente se esfumou. Hoje, Flávia tem um projeto para ajudar quem quer vir para o país. Apoia quem quer saber como matricular o filho na escola ou não sabe como comprar casa em Portugal.
Ao fim de seis meses em Portugal, o casal percebeu que queria ficar mais do que apenas um ano: “Olhamos um para o outro e dissemos: Se calhar podemos tentar ficar mais um pouquinho. E já cá estamos há cinco anos”, destaca Flávia.
A morar na zona de Alvalade, em Lisboa, confessa que o maior desafio foi adaptar-se ao novo ritmo de vida: “O ritmo aqui é bem mais desacelerado do que no Rio de Janeiro. No começo, foi um grande desafio para nós”. Nos tempos livres, o casal gosta de aproveitar os espaços ao ar livre, como parques e praças. Além disso, Flávia revela que é uma grande adepta da rede de bibliotecas, da qual faz uso frequentemente.
Do jornalismo para a consultoria
No Brasil, tanto Flávia como o marido eram jornalistas: “Trabalhei mais de dez anos em imprensa e grande mídia e aqui tive de me redescobrir”. Essa redescoberta fez-se de várias formas. Colaborou com empresas portuguesas voltadas para o mercado brasileiro e fez parte de um grupo de outras cidadãs brasileiras espalhadas pelo mundo que escreviam para um blogue a contar as suas experiências.
Quando esse blogue terminou, Flávia virou-se para o seu projeto pessoal: o Lisboa à Beça. Começou por ser um website de consultoria de viagem, mas acabou por se alargar a mais áreas, ajudando outros brasileiros que vêm viver para Portugal. A ajuda vai desde a saúde à educação, passando por apoiar quem quer saber como comprar casa em Portugal. “As pessoas têm vontade de comprar casas aqui”, considera.
Não é o paraíso, mas quase
No curto prazo, Flávia não se vê a sair de Portugal. Gosta de Lisboa, não só pela segurança mas por “ser uma cidade com uma escala humana”. Mesmo ao fim de cinco anos, a capital portuguesa é uma cidade que ainda a deslumbra: “Não é o paraíso, que o paraíso não existe. Mas acho que está bem perto dele”.