Está pronto para visitar os Açores? Se já se instalou em Portugal continental e sente que já domina o nosso território, então está na altura de dar um salto ao maravilhoso arquipélago açoriano formado por nove ilhas divididas em três grupos distintos.
Visitar os Açores: o que não perder no arquipélago
No Grupo Oriental
Ilha de São Miguel
Se vai visitar os Açores e explorar a ilha de São Miguel, comece por subir até ao Miradouro do Castelo Branco, a partir de onde poderá vislumbrar grande parte do lado ocidental de São Miguel, bem como a Lagoa das Furnas e Vila Franca do Campo, numa perspetiva de 360 graus absolutamente imperdível. Nas Furnas, aproveite para apreciar as fumarolas e os gêisers, e sobretudo para provar os famosos bolos lêvedos e o cozido das Furnas, que até pode ajudar a preparar.
De entrada livre, a visita ao Parque Natural da Ribeira dos Caldeirões é algo a não perder. Este parque tem cascatas, moinhos de água, um jardim botânico e um museu etnográfico, que merecem uma visita.
Na Lagoa do Fogo, aproveite para desfrutar de uma das mais esmagadoras perspetivas de todo o arquipélago, a partir do Miradouro da Serra da Barrosa.
E, já que estamos a falar de beleza natural, não pode perder a oportunidade de visitar a Vista do Rei, a partir de onde, com tempo favorável, se avista a Lagoa das Sete Cidades. Impõe-se igualmente uma passagem pelas Sete Cidades, uma pequena aldeia junto à Lagoa Azul e onde poderá apreciar a Igreja de S. Nicolau, edifício de estilo neogótico.
Não perca ainda uma visita à Caldeira Velha, onde encontrará uma queda de água quente que escorre pelas rochas vulcânicas e forma uma pequena lagoa. A Praia de Mosteiros, uma das mais belas de S. Miguel, é outro destino que deve incluir no seu roteiro.
Mas a capital dos Açores, Ponta Delgada, também merece atenção. De paredes caiadas de branco a contrastar com a calçada portuguesa de rocha negra basáltica, a cidade convida a um passeio na marginal. Na Praça Vasco da Gama, suba à Torre Sineira da Câmara, do século XVIII, para obter uma perspetiva da cidade.
Capital do arquipélago, aqui pode ver alguns dos monumentos mais significativos, como o Forte de São Brás, a Igreja do Espírito Santo, a Igreja de São José e o Convento da Esperança, a Igreja Matriz, as Portas da Cidade, o Palácio da Conceição e as diversas ermidas que encontrará pela cidade fora.
Ilha de Santa Maria
É um dos sítios ideais para quem quer visitar os Açores. Com condições absolutamente maravilhosas para o mergulho, a Reserva Natural das Formigas, o Recife de Dollabarat e a Baixa do Ambrósio fazem de Santa Maria um destino de excelência para os amantes de mergulho. E, dependendo dos locais escolhidos para o efeito, poderá ver jamantas, atuns, tartarugas, cardumes de chicharros ou até mesmo tubarões-baleia, perfeitamente inofensivos.
Na costa sudeste da ilha, na Maia, encontrará a Cascata do Aveiro, um dos mais belos locais de Santa Maria, com cerca de 100 metros de altura. A visão da queda de água será um momento certamente inesquecível. Aproveite e explore também as lagoas adjacentes.
Não deixe de visitar a Terra do Raposo, localidade de Santo Espírito, também na costa sudeste da ilha — vale a pena pelas casas, que mantêm a traça original, mas também pelo estilo de vida, que permanece o mesmo desde os primórdios. É notável a presença de pessoas do Alentejo e do Algarve que ali se fixam e aplicam às suas construções a mesma barra colorida que contorna portas e janelas, tão típica da ilha. A Terra do Raposo é, sobretudo, uma viagem à génese da ilha e aos seus costumes.
O Barreiro da Faneca é também um ponto da ilha cuja visita não pode perder. Foi declarado paisagem protegida de interesse regional, dada a extensa superfície de terreno árido e argiloso, constituindo uma paisagem semidesértica de cor amarelo avermelhada.
Visitar os Açores: Grupo Central
Ilha Terceira
Visitar a Ilha Terceira implica forçosamente conhecer a sua capital encantadora, Angra do Heroísmo, classificada pela UNESCO como Património Mundial em 1983. A História vê-se refletida na arquitetura das suas ruas típicas, que seduziram os negociantes e viajantes, que ali decidiram estabelecer-se aquando da sua passagem.
A riqueza dos monumentos e diferentes construções é um dos pontos fortes de Angra do Heroísmo, com destaque para as casas senhoriais e palacetes como o Palácio Bettencourt. A Sé Catedral, o Convento de São Gonçalo e a Misericórdia são absolutamente incontornáveis na sua visita.
Localizada na costa este da ilha, a cidade da Praia da Vitória orgulha-se de deter a maior baía dos Açores num enquadramento paisagístico de enorme beleza que não pode deixar de visitar. Rica em História, foi uma das primeiras povoações da ilha, e é indispensável um passeio no seu centro histórico. Destaque para a Igreja Matriz, o Forte de Santa Catarina, a Igreja do Senhor Santo Cristo e as Ermidas de Nossa Senhora dos Remédios e de São Lázaro.
Se desejar testemunhar a tradição agrícola e a forte ruralidade da ilha, é obrigatório passar pela Vila das Lages. Durante séculos, a Vila das Lages foi conhecida como o celeiro da ilha, produção entretanto desaparecida e que deu lugar à Base das Lages da Força Aérea Portuguesa, ali criada durante a Segunda Guerra Mundial. Recomenda-se ainda uma visita à Caldeira das Lages, conhecida pela atividade vitivinícola.
Para encerrar, é imperativo dar um salto até ao Ilhéu das Cabras, que, na realidade, são dois, o Grande e o Pequeno, mesmo em frente da freguesia da Feteira, classificados como Zona de Proteção Especial. São os maiores ilhéus dos Açores e ali nidificam espécies protegidas como o cagarro, o garajau-rosado e a garça-real.
Ilha de São Jorge
Se vai visitar os Açores, pode incluir São Jorge no roteiro. Velas, cenário rural e piscatório, localiza-se na costa sul da ilha junto a uma enseada maravilhosamente verdejante. O património arquitetónico é igualmente um ponto forte da vila, com destaque para a Igreja Matriz, do século XVII, bem como para o Forte de Nossa Senhora do Pilar. Aproveite e dê um descontraído passeio pelo Jardim da Praça da República, considerada uma das mais belas praças do país, e pelo Largo do Mercado.
E não pode perder a oportunidade de fazer uma visita à Fajã da Caldeira de Santo Cristo, localizada na Ribeira Seca, na costa norte da ilha. Famosa entre os praticantes de surf e de bodyboard, foi ainda classificada como Reserva Natural por acolher importantes espécies animais e vegetais. Aproveite para apreciar as suas águas quentes e calmas e depois dê um salto à Ermida de Santo Cristo.
Ir a São Jorge e não comprar um queijo da região diretamente ao produtor depois de visitar uma qualquer cooperativa é algo que não pode acontecer. E o mesmo se pode dizer das famosas Conservas de atum Santa Catarina, que aqui são produzidas. Encontrará uma maior variedade de oferta e a preços muito mais convidativos do que em Portugal continental.
Ilha do Pico
Trata-se da segunda maior ilha do arquipélago e nela encontra-se o ponto mais alto de Portugal, localizado na Montanha do Pico, que culmina no Piquinho, com 2351 metros de altura acima do nível do mar. Um dos desafios que lhe lançamos será, pois, o de arregaçar as mangas (e as pernas) e subir até ao mais alto cume de Portugal. A experiência será certamente inesquecível!
A introdução da vinha na Ilha do Pico alterou a paisagem e a cultura ocidental da ilha, que desde 2004 ficou reconhecida como Património da Humanidade. Recomendamos que dedique algum tempo às provas de vinhos — do famoso verdelho ao tinto e ao branco. No Museu do Vinho, na Madalena, poderá ficar a saber muito mais acerca do famoso néctar dos deuses que esta ilha ainda produz.
A caça ao cachalote foi ali muito praticada, representando um modo de vida para os seus habitantes, pelo que uma visita ao Museu dos Baleeiros, nas Lages do Pico, é obrigatório para quem quiser conhecer os costumes locais deste lugar paradisíaco. Muito desenvolvida pela presença de norte-americanos na ilha, a caça foi entretanto substituída por passeios de observação de baleias e golfinhos que não poderá perder.
E porque esta ilha é também rica em petiscos gastronómicos, recomendamos que aposte nos deliciosos pratos de peixe e de marisco, com destaque para as caldeiradas, sem deixar de provar os queijos de São João e de Arrife.
Ilha do Faial
Se visitar os açores, pode pensar em incluir o Faial nesta viagem. Cosmopolita e internacional, a cidade da Horta é um ponto de passagem que não pode perder. Localizada na baía, debruça-se sobre a marina onde aportam inúmeras embarcações recreativas. Destaque ainda para o rico património arquitetónico e cuja visita recomendamos, como as Igrejas Matriz de São Salvador e São Francisco, Forte de Porto Pim e a Torre do Relógio.
Uma vez na Ilha do Faial, é indispensável a visita ao Vulcão dos Capelinhos. A sua última erupção foi em 1957 e alterou por completo o conjunto paisagístico, com terreno árido e vulcânico. Durante a erupção, manteve-se ativo por 13 meses, acabando por causar a emigração de uma parte da população da ilha para os Estados Unidos da América.
Para observá-lo sugerimos que se dirija ao Farol, a partir de onde terá uma panorâmica sobre o todo. A sua escalada resulta num passeio deslumbrante, mas que poderá ser perigoso, pelo que recomendamos que, caso opte por fazê-lo, siga os percursos pré-definidos ou contrate um guia oficial.
Para um bom dia de praia e de surf, dê um salto à Praia do Norte. Ladeada por falésias, é famosa entre surfistas e um local absolutamente paradisíaco, tão ou mais bonito do que a Praia de Almoxarife, um dos maiores areais desta ilha que, ao longe, contempla o Pico.
Entretanto, passe também pelo Peter Café Sport e pelo Museu Scrimshaw, na Horta. O café centenário foi ganhando fama fora das fronteiras portuguesas, sobretudo entre os velejadores. Aqui se ouvem muitas histórias entre um copo de rum, um whiskey ou um gin tónico e se vive o verdadeiro ambiente que testemunha as navegações atlânticas. Por seu turno, o museu tem uma das maiores e mais belas coleções de scrimshaw do mundo, uma técnica através da qual se gravam ilustrações no marfim dos dentes de cachalotes.
Ilha Graciosa
Pretende visitar os Açores? Então pode pensar numa passagem pela Ilha Graciosa. Classificada como Reserva da Biosfera pela UNESCO, na Ilha Graciosa não pode faltar uma visita à Caldeira e à Furna do Enxofre, acessível por uma escada em espiral com 183 degraus. De tão dramática, cativou o interesse de Dom Carlos I e até do Príncipe Alberto I do Mónaco, que a exploraram, apenas sustentados por uma corda.
Mesmo do lado de fora da Caldeira, sugerimos que percorra o trilho pedestre maravilhoso, de cerca de 10 quilómetros e fácil acesso. Não deixe de provar (e abastecer-se) as famosas Queijadas da Graciosa. Faça-o na fábrica homónima que produz estes famosos artigos de doçaria e que se situa na Canada Nova.
Aproveite e prove também os pastéis de arroz e os biscoitos locais. Mesmo ali ao lado, observe os moinhos de vento que antigamente trituravam os cereais, tornando a ilha a maior exportadora do arquipélago, e que agora funcionam como casas de veraneio. São de origem escandinava, recordando a chegada de famílias nórdicas que inicialmente se estabeleceram em São Miguel e depois migraram para a Graciosa.
Numa visita à Adega Cooperativa da Ilha Graciosa, poderá ainda degustar e adquirir os produtos típicos da ilha, entre os quais a famosa aguardente da marca produtora Pedras Brancas, que, entretanto, estendeu o negócio também aos vinhos brancos e tintos.
Visitar os Açores: Grupo Ocidental
Ilha do Corvo
A Ilha do Corvo, classificada como Reserva da Biosfera pela UNESCO, não será nunca compreendida sem uma visita ao miradouro do caldeirão. A visão, garantimos, será inesquecível.
A observação de aves é, na Ilha do Corvo, uma atividade que atrai entusiastas de todo o mundo, esgotando-se com enorme rapidez toda a oferta hoteleira da ilha, assim que as aves, no seu percurso migratório que atravessa o Atlântico, começam a chegar para ali descansar um pouco.
Claro que terá de passar pela parte antiga de Vila Nova do Corvo, o único povoado da ilha e conhecer o melhor do Corvo, que são as suas gentes. Com grande tradição de entreajuda, a população do Corvo recorda os tempos em que, em alturas de emergência, comunicava com a Ilha das Flores através de fogueiras que se acendiam no topo de um morro e que, de acordo com o número, traduziam a necessidade de enviar um médico ou um padre à ilha vizinha.
Ilha das Flores
Se vai visitar os Açores, pode incluir as Flores no seu roteiro. Em grande parte constituída por terrenos montanhosos com enormes ravinas e impressionantes falésias, a Ilha das Flores merece uma visita pela paisagem paradisíaca, cobrindo-se de milhares de hortênsias que inundam os campos e se debruçam nas margens das lagoas e das ribeiras. Juntamente com a Graciosa e o Corvo, esta ilha integra também a rede mundial das reservas da biosfera da UNESCO.
Santa Cruz das Flores é a maior povoação da ilha, onde poderá alcançar o Miradouro da Costa Nordeste, que garante uma vista esmagadora sobre o mar. Produz-se ali o Queijo da Ilha Uniflores e a Manteiga Artesanal, que prometem fazer as delícias do mais exigente gourmet.
Recomendamos uma visita às lagoas da ilha, que se estendem da estrada de Santa Cruz à Fajã Grande e das quais destacamos a Lagoa da Lomba, a Lagoa Rasa e a Lagoa Funda, a Lagoa Negra e a Lagoa Comprida. Passe ainda pelo Poço de Bacalhau, onde poderá tomar um banho de cascata cercado por uma paisagem apaixonante.
Faça ainda uma visita às Piscinas Naturais de Salema e à Fajâzinha, um povoado encantador, atravessado pela Ribeira Grande, onde o tempo parece ter parado. Aproveite para fazer compras na Queijaria Pico Redondo e jante no restaurante local, onde o ambiente rústico fará as suas delícias com pratos típicos preparados com produtos da terra.