A cozinha portuguesa é muito rica e variada. Tem suculentos pratos de carne, temperados e cozinhados por séculos de tradição. Tem magníficos peixes e o marisco que abunda na costa e que Ferran Adriá considerou ser o melhor do mundo. E que dizer do bacalhau que, segundo consta, pode ser cozinhado de 1001 maneiras diferentes? Para terminar, deve sempre guardar espaço para uma sobremesa. A dúvida recai sobre escolher uma fruta adocicada pelo sol ou por uma receita centenária e conventual.
Conheça a nossa escolha dos 10 pratos de comida portuguesa que tem de experimentar.
Cozinha portuguesa: Entradas
Caldo Verde
É uma sopa com uma base de batata e couve-galega picada. Acrescenta-se alho e sal para lhe dar gosto e, no final, recebe uma ou duas rodelas de chouriço. É um dos pratos mais procurados quando chega o calor, na altura em que se celebram os Santos Populares (Santo António, São Pedro e São João), durante o mês de junho.
Peixinhos da horta
Parecem filetes de peixe, mas, na verdade, são tiras de feijão-verde envoltas em polme de ovo e pão ralado. Recebem este nome pelo seu ar enganador. Sabia que, no século XVI, este prato foi introduzido no Japão por missionários portugueses e deu origem ao famoso tempura?
Ameijoas à Bulhão Pato
Ideal para um início de refeição, este marisco é cozinhado num molho composto por alho, coentros, vinho branco e azeite. O seu nome vem do poeta Raimundo Bulhão Pato que o mencionou num dos seus poemas. Deve ser acompanhado por pedaços de pão e um vinho branco fresco.
Cozinha portuguesa: Pratos
Feijoada
O nome deriva do seu ingrediente principal: o feijão. Consiste numa combinação de feijões, carnes de porco, enchidos e outros vegetais, cozidos em conjunto num tacho. Ao serem cozinhados de forma lenta, estes ingredientes combinam os seus sabores num molho que os vai envolver. É este molho que confere a textura característica ao prato.
Uma feijoada deve ser acompanhada por um vinho tinto robusto que consiga sublinhar a variedade dos seus sabores.
Peixe grelhado
É difícil escolher uma só variedade de peixe que sirva de exemplo. Na lota e num restaurante encontrará douradas, robalos, linguados, corvina, cherne, peixe-espada e pregados com facilidade. O segredo é que sejam frescos, ou seja, pescados no dia, e que a sua confeção se limite a aproveitar-lhes o sabor característico. A grelha no carvão permite-o. Acompanhe com uma seleção de legumes cozidos e, de preferência, com uma bela vista do mar.
Cozido à Portuguesa
É um dos pratos mais conhecidos e mais difíceis de descrever da cozinha portuguesa. Consiste numa mistura de legumes, carnes e enchidos que devem ser cozidos separadamente. É no prato de cada um que se misturam os seus sabores e texturas. A lista de ingredientes pode variar consoante a região de Portugal onde o cozido é comido.
Cabrito assado no forno
É um dos pratos tradicionais da cozinha portuguesa e tem lugar reservado nas mesas da Páscoa. Há dois critérios fundamentais para se servir um cabrito suculento. O primeiro é o tempero. A carne deve ser deixada a marinar de um dia para o outro numa mistura de ervas, especiarias, alhos, vinho e azeite. Depois, o cabrito deve assar lentamente e de preferência num forno de lenha. Por norma é servido com batatas, mas no norte do país é hábito acompanhá-lo com um arroz feito no mesmo forno.
Cozinha portuguesa: Sobremesas
Sericaia
É uma sobremesa típica do Alentejo. Há quem diga que é de origem conventual, outros defendem que é uma adaptação de um doce trazido da Índia. Leva leite, ovos (com as gemas e as claras introduzidas separadamente) e muita canela. Costuma ser servida com ameixas da região de Elvas.
Arroz doce
O arroz começou a ser cultivado na Península Ibérica no séc. VII, com a chegada dos mouros à região. As primeiras receitas desta sobremesa vêm desses tempos. A versão tradicional dita que o arroz deve ser cozido com leite, ovos, açúcar e casca de limão. Depois de arrefecer, é deitado num prato e decorado com canela em pó.
Ovos Moles
Conta-se que as freiras da região de Aveiro desenvolveram esta receita por utilizarem as claras de ovo para engomar as suas túnicas. Ficavam, depois, com grandes quantidades de gemas por utilizar e acabaram por dar-lhes um destino, unindo-as ao açúcar. Depois de feito o doce, este é envolvido por uma massa fina de farinha de trigo (usada para fazer as hóstias das missas e que existia em grandes quantidades nos conventos), com a forma de motivos náuticos: peixes, conchas, bateiras ou búzios.