Entre 2012 e 2017 chegaram a Portugal mais de quarenta mil franceses. Vieram atraídos pelos benefícios fiscais e por um país que recebe de braços abertos quem vem de fora. Resolveram ficar, apaixonados pelo sol, o mar, a comida e a sua História.
Conheça a comunidade francesa em Portugal: as cidades onde se fixaram, o que mais gostam de fazer e os locais de encontro favoritos.
A comunidade francesa de norte a sul
Lisboa
A embaixada de França estima que vivam em Lisboa cerca de 18 mil franceses e a tendência é que este número continue a aumentar. Chegam empolgados por uma metrópole com uma qualidade de vida assinalável. As famílias procuram boas escolas, estando o Liceu Charles Lepierre no topo das suas preferências.
A zona de Cascais e do Estoril também conta com uma forte presença de franceses. É um hábito ver a comunidade francesa da região reunida no Hotel Baía, todos os domingos ao fim da tarde. Tomam uma bebida, vêem o mar e conversam sobre os assuntos do quotidiano.
Porto
É uma das cidades europeias mais na moda e a comunidade francesa em Portugal já o percebeu.
Nos últimos anos, cerca de< 12 mil franceses elegeram esta cidade na foz do Douro como a sua nova casa. As oportunidades de negócio no imobiliário e turismo têm sido uma das razões pelas quais os franceses se sentem tão atraídos pelo Porto.
Oeste
A zona a norte de Lisboa, entre Torres Vedras e a Nazaré, tem recebido um número crescente de franceses. Conciliam a vida calma numa paisagem campestre com a proximidade à grande cidade, sem perder o mar de vista. Além de participarem ativamente no dia a dia das comunidades em que se inserem, organizam saraus e sessões culturais. Em tom de brincadeira, há quem se refira aos franceses como a “13ª freguesia do concelho das Caldas da Rainha” (o município tem 12 freguesias).
Margem Sul
Por causa de um mercado imobiliário em ebulição, a margem sul do Tejo foi descoberta pelos franceses. É possível comprar uma casa em Azeitão, Comporta, Alcochete, Tróia ou Palmela por metade do preço de um imóvel semelhante na cidade de Lisboa.
Além de aproveitar os quilómetros de praias de excelência que estão quase ao fim da rua e a proximidade com a capital, a comunidade francesa aprecia passear pelos famosos mercados e feiras da zona.
Algarve
Estima-se que existam seis mil franceses a viver no Algarve. Apesar de estarem espalhados por toda a região, a maior comunidade vive na cidade de Lagos. Ainda assim, a zona interior, sobretudo na serra de Monchique, está cada vez mais povoada por franceses. Gostam de adquirir pequenas propriedades e gozar de uma vida bucólica, enquadrada pelo oceano ao fundo.
O que a comunidade francesa em Portugal gosta de fazer
Por entre feiras e mercados
Os portugueses perderam o hábito de frequentar feiras e mercados. Só nos últimos anos é que redescobriram um fascínio pelas vendas de rua. Quem nunca arredou pé destas vendas, estejam a céu aberto ou em praças tradicionais, foram os franceses.
Gostam de fazer as suas compras de carne, legumes e fruta frescos e de peixe acabado de pescar. O francês voltou a ser a língua franca nestas feiras. Um dos vendedores da praça das Caldas da Rainha tem um avental onde se pode ler: “Je m’appelle Patrick, je parle français”.
Aprender a língua
Para grande parte da comunidade francesa em Portugal, o português é um desafio difícil de superar. A solução é recorrer a um curso de línguas. A Alliance Française tem os cursos de português mais procurados pelos franceses. Espalhada por todo o território, conta com polos de Braga ao Algarve, passando pelo Porto, Viseu, Leiria, Lisboa, Setúbal e Beja.
Além da atividade letiva ainda fomenta uma oferta cultural sobre temas da francofonia. Assim, acaba por ser um centro dinamizador da comunidade e um ponto de encontro dos franceses da região onde se encontra.
Todos juntos à volta da cultura
O ballet, a música clássica e a ópera estão no topo das preferências da comunidade francesa em Portugal. A barreira linguística é menor do que no teatro e, assim, estes espetáculos são mais facilmente entendíveis. É comum encontrar os franceses residentes em Portugal visitando museus e exposições. E dado o extenso património histórico do país há sempre um palácio, mosteiro ou igreja que falta conhecer.