Se pondera comprar uma casa em Portugal, saiba que é um dos mercados da Europa mais na moda. Depois de um ligeiro abrandamento devido à pandemia da Covid-19, o mercado imobiliário português voltou a despontar.
“Em 2020, apesar do contexto desfavorável decorrente das restrições impostas no âmbito da pandemia da Covid-19, continuou a observar-se uma dinâmica de crescimento dos preços das habitações transacionadas”, salienta o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) no seu relatório “Índice de Preços da Habitação”, relativo ao quarto trimestre. Em 2020, os preços das casas cresceram 8,4%, menos 1,2 pontos percentuais face a 2019.
Em 2021, o mercado imobiliário em Portugal continuou a dar sinais de resiliência. Entre abril e junho, os preços das casas subiram 6,6% em relação ao mesmo período de 2020, revela o relatório “Índice de Preços da Habitação”, referente ao segundo trimestre de 2021.
Preços das casas: de Norte a Sul
No período de 12 meses terminado em junho de 2021, as quatro regiões de Portugal com os preços medianos das vendas por metro quadrado de habitação mais elevados do país foram o Algarve (1.813 €/m2), a Área Metropolitana de Lisboa (1.685 €/m2), a Região Autónoma da Madeira (1.363 €/m2) e a Área Metropolitana do Porto (1 304 €/m2). Os dados constam do relatório “Estatísticas de Preços da Habitação ao nível local” do INE, relativo ao segundo trimestre.
Numa análise mais fina, por localidade, entre julho de 2020 e junho de 2021, os preços medianos das vendas por metro quadrado de habitação mais caros verificaram-se em Lisboa (3.418 €/m2), Cascais (2.894 €/m2), Oeiras (2.460 €/m2), Loulé (2.326 €/m2), Porto (2.244 €/m2) e Albufeira (2.094 €/m2).
Mercado imobiliário em Portugal apetecível para não residentes
A contribuir para o dinamismo do mercado imobiliário em Portugal está a procura por parte de compradores não residentes. Segundo os dados mais recentes disponibilizados pelo INE, em 2019, os não residentes compraram 8,5% de todas as casas vendidas em Portugal, correspondendo a 13,3% do valor total transacionado.
À semelhança do que aconteceu nos dois anos anteriores, os residentes em França foram os que mais casas compraram em território nacional, representando 27,7% do total dos imóveis adquiridos por não residentes, seguidos pelos residentes no Reino Unido (13,4%). Os residentes nestes dois países ocuparam também as duas posições cimeiras em termos do valor total de imóveis vendidos a não residentes.
Benefícios fiscais, preços atrativos, segurança, estabilidade política, paz social, clima ameno e boa gastronomia estão entre os principais motivos que levam os não residentes a apostar no mercado imobiliário nacional.
Algarve, a região mais procurada… sobretudo por residentes no Reino Unido
Em termos de regiões, em 2019, o Algarve foi a região preferida pelos não residentes para comprar casa em Portugal, concentrando 37,7% do valor total investido e 26,9% do número total de transações.
Os residentes no Reino Unido foram os compradores não residentes mais ativos na região algarvia – uma situação que se verifica desde 2012. A preferência dos residentes no Reino Unido pelo Algarve é corroborada pelo relatório “Mercado dos Resorts em Portugal”, realizado pela Confidencial Imobiliário em parceria com a Associação Portuguesa de Resorts (APR) e com o apoio do Turismo de Portugal. Segundo esta análise, no primeiro semestre de 2021, os compradores oriundos do Reino Unido alcançaram uma quota de 44% nas compras por não residentes nos resorts no eixo Albufeira-Loulé, o principal mercado de resorts.
Construir em vez de comprar
Se em vez de comprar uma casa já construída, preferir construir a sua casa de raiz, é necessário obter uma licença de construção. Mas antes disso, há vários passos a dar. Se o terreno para construir não tiver qualquer projeto aprovado, é preciso submeter um Pedido de Informação Prévia à respetiva câmara municipal. Depois de aprovada a construção, a etapa seguinte é fazer um levantamento topográfico e o respetivo projeto de arquitetura e submetê-los a aprovação da câmara municipal. Seguem-se os projetos de especialidades, isto é, projetos de esgotos, água, gás, eletricidade e comunicações. Só após a aprovação destes projetos é possível pedir a licença de construção e iniciar a obra.
Para ter uma ideia do valor de construção de uma casa nova, tendo em conta a localização, a dimensão e a envolvência, utilize o simulador da Ordem dos Arquitetos. A esse valor deve somar o custo do terreno a adquirir.
Particularidades do mercado imobiliário em Portugal
A área é uma das variáveis mais importantes a ter em conta na procura de casa. Não só indica as condições de habitabilidade do espaço, como também é usada para calcular o valor por metro quadrado de uma casa. Por isso, é importante que saiba qual o critério de medição de área em Portugal.
Tradicionalmente, o critério de medição de área utilizado em Portugal é a área bruta privativa. Esta área corresponde à “superfície total medida pelo perímetro exterior e eixos das paredes ou outros elementos separadores do edifício ou da fração, incluindo varandas privativas fechadas, caves e sótãos privativos”, como indica o artigo 40.º do Código do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).
Por outras palavras, a área bruta privativa inclui: área dos vários compartimentos da habitação; 100% da área das paredes interiores, das paredes que constituem a fachada e das paredes que confinam com áreas comuns; 50% da área das paredes contíguas a outra fração; varandas fechadas; caves; e sótãos. Já a área das varandas abertas, dos terraços, das garagens e das arrecadações não é contabilizada.
Outro aspeto a ter em conta no mercado imobiliário em Portugal são os fatores que influenciam o preço de um imóvel, como a localização, tipologia, orientação, acabamentos e existência de garagem ou varandas.