A Nazaré é uma vila típica de pescadores, com uma forte ligação ao mar, visível até no artesanato local — redes, boias, canastras — e na própria gastronomia. Até aqui, tudo nos parece encantador, mas, em termos práticos, o que faz da Nazaré um destino ideal para mudar para Portugal?
Beleza natural
As condições geográficas e de relevo fazem da Nazaré um destino muito apetecível não só para portugueses como para estrangeiros que procuram um lugar onde passar férias ou mesmo estabelecer-se em permanência. A proximidade do mar, as praias paradisíacas e o clima fazem da Nazaré um recanto natural onde se poderá fruir de uma terra privilegiada pela beleza natural.
Qualidade de vida
Como vila que é, a Nazaré proporciona um estilo de vida pacato, onde facilmente se esquece a agitação própria das grandes cidades. Aqui, o tempo corre mais devagar e tudo acontece de um modo natural, mais intrinsecamente ligado à natureza e, portanto, de uma forma muito mais saudável.
As águas do mar e as próprias praias convidam ao exercício físico e à vida ao ar livre e as suas gentes são naturalmente gentis e simples, devolvendo a quem chega o verdadeiro espírito de comunidade, na qual acaba por ser realmente fácil participarmos.
Proximidade dos centros urbanos
Localizada no concelho de Leiria, a menos de cem quilómetros de Lisboa e de Coimbra, a Nazaré representa de facto um lugar ideal para quem procura o melhor dos dois mundos: morar numa terra tranquila com forte presença da natureza, mantendo-se a proximidade dos grandes centros urbanos.
Vivendo na Nazaré, de automóvel, em pouco tempo, será possível visitar uma exposição ou assistir a um espetáculo em Lisboa ou até marcar um jantar com os filhos que se encontrem em Portugal, para estudar em Coimbra. A proximidade que a vila mantém destas cidades contribui para que o sentimento de distanciamento das grandes metrópoles ou de isolamento não se instale.
Antes pelo contrário, a sensação que fica é mesmo a de que se tem a sorte de viver junto à praia e que em pouco tempo se consegue participar num qualquer evento mais cosmopolita.
Custo de vida
Em tempos de crise, o custo de vida marca necessariamente a escolha de um destino para viver e, neste aspeto, a Nazaré, em Portugal, não podia constituir melhor opção.
É verdade que ao longo do século XX foi crescendo e tornando-se mundialmente conhecida graças aos desportos náuticos e também às suas fortes tradições, que são únicas, mas o custo de vida é ali ainda muito acessível, comparativamente com o que encontramos em muitas cidades portuguesas.
Para que possa ter uma ideia, em 2020, é relativamente fácil encontrar um T2 com rendas que rondam os 500 euros, conforme se pode ver pelas ofertas de algumas das principais agências imobiliárias.
Essencialmente dedicada ao turismo, a Nazaré não é, no entanto, um lugar fácil para encontrar colocação profissional, a não ser para quem tenha em vista o lançamento de um negócio turístico ou que já detenha competências nesta área.
Uma vila rica em tradições
Tão rica e especial que nos anos 50 e 60 despertou o interesse de génios artísticos como o fotógrafo Cartier Bresson ou mesmo o cineasta Stanley Kubrick, que documentaram o dia a dia do povo nazareno, encantados com as mulheres de sete saias e os homens vestidos de camisas de flanela e barrete preto.
As sete saias, que ainda se usam, destinavam-se a aquecer as mulheres enquanto, na praia, aguardavam pelos maridos pescadores, que no mar se dedicavam à pesca e dali retiravam o seu sustento. As de cima acabavam por servir para cobrir as costas e a cabeça, enquanto as de baixo para agasalhar as pernas.
Vila com forte tradição religiosa, é também palco de festas religiosas, romarias e procissões que animam toda a população e mantêm viva a sua história e memória.
Gentes simples de mentalidade aberta
Os nazarenos são naturalmente acolhedores e bem dispostos, embora com um passado marcado pela árdua vida da pesca e por tragédias que levaram mar adentro muitos chefes de família.
São, no entanto, gentes generosas e preocupadas com o próximo, sempre prontas a ajudar e muito mais abertas desde que o turismo ali ganhou terreno.
A presença de muitos portugueses que em tempo de férias visitam a Nazaré e também de muitos estrangeiros que procuram desfrutar das suas famosas ondas e que todos os anos visitam esta costa, contribuiu em larga escala para que as suas mentes se tornassem mais abertas, acolhendo quem chega de braços bastante abertos.
As praias
São marcantes para o desenvolvimento local e a verdade é que ajudaram muito a desenvolver não apenas a vila, mas também as mentalidades locais. Tornaram-se sobretudo famosas como meca do surf, principalmente depois de Garrett Mcnamara estabelecer o recorde mundial no topo de uma onda gigante.
Assim, se a Nazaré já era um destino de referência no mundo do surf, então a partir deste momento a Praia do Norte, a Praia do Sul, a Praia da Vila e a Praia do Salgado alcançaram uma procura muito maior, enchendo-se de praticantes de surf, de bodyboard e, no verão, de muitos apreciadores não só destas modalidades, como de praia e de sol.
O surf como cartão de visita
Se antigamente — e ainda hoje — a tradição das sete saias, da pesca e da gastronomia traziam à Nazaré muitos curiosos, a verdade é que agora o surf é também um cartão de visita daquela vila, especialmente durante a realização dos campeonatos que todos os anos ali assinalam a sua presença, como o Nazaré Pro (do circuito mundial de bodyboard) e o Nazaré Challenge (que integra o Big Wave World Tour da World Surf League).
Uma gastronomia rica e saudável
A aposta na Nazaré é sempre um investimento na saúde e na qualidade de vida. Com tamanha tradição piscatória, é óbvio que o ponto alto da sua gastronomia vai necessariamente para os pratos de peixe, desde as caldeiradas, passando pelo peixe grelhado e chegando aos mariscos.
As sopas de peixe são deliciosas, tal como os carapaus secos ou enjoados, especialidade que só ali poderemos encontrar. E porque tudo está ligado ao mar, até as sobremesas ganham nome de peixe, como é o caso das sardinhas, folhados cobertos e recheados de doce de ovos de perder a cabeça.